Saudades da Infância

Quando éramos crianças não precisávamos nos preocupar com nada, era tudo sob a responsabilidade do papai, da mamãe, da vovó, do vovô, to titio...Tudo era brincadeira, na escola ao mesmo tempo que aprendíamos a somar dois patinhos na lagoa nos divertíamos, era tudo tão fácil, o ruim era acordar cedo e fazer aquela manha pra não levantar, mas chegando na escola só de olhar para nossos coleguinhas tudo já ficava melhor.
Ia pra casa da vovó, almoçava, ficava super de boa, os priminhos chegavam e era aquela bagunça garantida, brincar de: gol a gol, boneca, mamãe e filhinha, papai e mamãe (criança pervertida), escolinha, pega-pega, esconde-esconde, lencinho branco, cobra-cega, pular corda, dançar, empinar pipa, tudo isso até a hora que mamãe chegava do trabalho para irmos pra casa. Nessa época não precisava cozinhar, lavar, passar, ir ao mercado.
O tempo foi passando e as continhas de + já estava fáceis demais, ai vieram as continhas de – (que sempre tinha que emprestar pra casinha do lado, e dá-lhe pauzinhos na última folha do caderno), e as continhas de divisão nossa essas nem se fala. Agora nem sempre seus priminhos que iam brincar com você na casa vovó estavam lá, as brincadeiras mudaram agora já estava aprendendo a jogar pife-pafe no baralho com meu vô, assistindo TV e dormindo.
Ai começou a vir as equações (porque a tabuada já era fichinha) e aquele monte de x, os amigos novos também vieram, a mudança de horário na escola, acordava tarde, porém, tinha muito mais lição do que antes, mas sempre tinha aquele tempinho para descer e brincar com o pessoal do prédio, não precisava mais ficar na casa da vovó, pois já estava grandinha demais, e ficava em casa sozinha (como sou filha única né), e esquentava meu almoço no micro-ondas.
Veio a adolescência e junto ela trouxe a responsabilidade, o cansaço, as lições e trabalhos escolares, as louças para lavar, o chão para varrer, colegas de classe desagradáveis, fórmula de Baskara, Aristóteles, I e II Guerra Mundial, paqueras (pelo menos alguma coisa boa)...
Uma coisa incomum e outra comum entre o antes e depois:
Incomum: não tenho mais tempo para descer e falar com o pessoal do prédio.
Comum: continuo esquentando meu almoço no micro-ondas.

PS.: fiz esse post na aula de geografia, depois de ser a primeira a terminar uma prova horrível.

bY.: Carol Ortiz